A estratégia concertada continua lenta mas sustentadamente a dar frutos.
Os resultados dos exames do 9º ano de escolaridade em Portugal foram, em 2013, os piores de sempre nas cadeiras essenciais de Português e Matemática. Mas não se pense que foi só no pequeno rectângulo. Na Rep. Irlanda, no mesmo ano, circulou uma proposta para que a disciplina de História deixasse de ser obrigatória no plano de estudos. A média de sucesso escolar nos Estados Unidos, em determinadas disciplinas, é inferior a alguns países de Leste e está praticamente ao nível dos melhores países africanos.
Nada disto é por acaso.
Em reacção aos resultados do referido ano em Portugal, o ministro da Educação da altura atirou algumas ideias formatadas, em piloto automático, escritas por algum assessor pago a peso de ouro: «os resultados demonstram um decréscimo de qualidade no ensino dessas disciplinas»; «há que identificar a raiz do problema»; «não basta conhecer as causas, é preciso agir».
Não foi, de forma nenhuma, uma estratégia original. Em público, para os microfones e câmaras, lançam-se os chavões. Em privado, obedecendo à verdadeira agenda, criam-se todas as condições para que o rumo negativo se mantenha. Se o ruído de protesto aumentar muito, duas opções pré-definidas: muda-se o ministro, ganhando tempo e desviando atenções, ou uma vez mais mudam-se os conteúdos programáticos, de modo a termos exames muito mais fáceis, que permitam a subida das médias. Em grande velocidade chegarão de novo os microfones, aos quais se poderá glorificar a «melhoria».
O caminho será no entanto inalterado, pois a estratégia de estupidificação manter-se-á. Ou através de resultados negativos, condições precárias, greves sucessivas, constante mudança das regras do jogo, ambiente violento nas escolas, cultura do medo entre os professores e por aí adiante, ou então através de aparentes progressos obtidos com «exames» altamente simplificados.
Os alunos continuarão a saber cada vez menos, apenas serão por uns tempos convencidos de que sabem alguma coisa.
Uma nação e por conseguinte um planeta estupidificado é um planeta controlado.