Viveu entre 1799 e 1854. Foi um escritor e dramaturgo romântico, orador, par do reino, ministro e secretário de estado honorário.
Grande impulsionador do Teatro em Portugal, uma das maiores figuras do Romantismo, foi ele quem propôs a edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática.
Principais obras:
– Viagens na minha Terra (Narrativa);
– Folha Caídas (Poesia);
– Frei Luís de Sousa (Teatro).
É uma obra na qual se misturam o estilo digressivo da viagem real (que o autor fez de Lisboa a Santarém) e a narração novelesca em torno de Carlos, Frei Dinis e Joaninha.
O livro é o ponto de arranque da moderna prosa literária portuguesa: pela mistura de estilos e de géneros, pelo cruzamento de uma linguagem ora clássica ora popular, ora jornalística ora dramática, ressaltando a vivacidade de expressões e imagens. Garrett libertou o discurso da pesada tradição clássica, antecipando o melhor que a este nível havia de realizar Eça de Queirós.
A obra vale também pela análise da situação política e social do país e pela simbologia que Frei Dinis e Carlos representam: no primeiro é visível o que ainda restava de positivo e negativo no Portugal velho, absolutista; o segundo representa, até certo ponto, o espírito renovador e liberal. No entanto, o fracasso de Carlos é em grande parte o fracasso do país que acabava de sair da guerra civil entre miguelistas e liberais e que dava os primeiros passos duma vivência social e política em moldes modernos.
Está dividida em «três actos»: um primeiro, introdutório, que decorrendo em casa da velha avó, nos coloca perante as personagens e seus problemas; um segundo, que nos faz assistir, no Vale, a pequenos quadros de guerra civil e ao idílio de Carlos e de Joaninha, deixando que pressintamos a impossibilidade do seu êxito; um terceiro, passado numa cela de um convento, onde, reunidas todas as personagens, se descobrem os segredos familiares, se conhecem os compromissos de Carlos, se assiste à sua luta íntima e, finalmente, à sua desesperada fuga.