Um dia, Portugal

© Artur Pastor

© Artur Pastor

Desemprego em níveis históricos.

Classe média a resvalar pela encosta rumo aos vales profundos da pobreza.

Universidades a reduzir o número de vagas, em sintonia com o galopante decréscimo na procura, por razões económicas e outras, ainda por explicar.

Elites desacreditadas, fiéis aos genes do próprio país. Mercado imobiliário desmoronado, criminalidade a subir, doenças de foro psicológico a fervilhar.

Uma terceira idade desalentada, suicidária, amorfa. Uma classe trabalhadora minguante, desesperada, deprimida, esvaída, cínica e inevitavelmente pouco produtiva.

Uma juventude entregue a diversões ocas, a sonhos por cumprir, a pretensas realidades televisivas, a consumismo circular e sem qualquer tipo de arma para inverter a conjuntura.

Emigração em massa das gerações que optam pela salvação própria em detrimento da salvação da pátria.

Relatos de um clima cinzento, sem Verão, sem sol para atrair turistas e devaneios sobre esperança no futuro.

Em Março de 2013, era assim.

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