Na edição anterior, deu-se por encerrada a secção sobre alguns dos clássicos da Literatura Portuguesa.
Adivinha-se um arco existencial.
Do século XIII à mais recente actualidade, os escritores são quase todos o mesmo. Todos num, ou todos por um, ou partes de um.
Nascem em Lisboa ou Porto, uns quantos a sul ou nas ilhas. São quase todos filhos de classe média-alta, com o necessário princípio do contraditório. Estudam todos em Coimbra – Direito ou Letras. Participam todos nas revistas da geração, algumas criadas por amigos que convidam outros amigos. Os círculos.
Percorrem, todos, o labirinto «Inocência – Protesto/Revolução – Conformismo/Decadência».
Existe uma elevada dose de suicídios. Também de Prémios ou Medalhas póstumas.
Ah sim, as homenagens póstumas. Um primor.
É fácil identificar ali uma voz, que murmura sonhos vencidos.