P. António Vieira
Nasceu em Lisboa, em 1608. Aos seis anos foi com os pais para o Brasil, indo estudar para o Colégio dos Jesuítas na Baía. Aos quinze anos entrou para o noviciado da Companhia de Jesus onde se ordenou sacerdote, em 1635. Acompanhando a Portugal o filho do vizo-rei, tornou-se íntimo de D. João IV, que o nomeou pregador da corte, seu confessor e conselheiro. Desempenhou numerosas missões diplomáticas e políticas. Como missionário, conseguiu o apoio do rei para a libertação dos Índios, mas não foi bem aceite pelos colonos, contra os quais pregou vários sermões, como o famoso Santo António aos Peixes. Com a morte de D. João IV, perdeu o apoio no Brasil e foi enviado para Lisboa, onde a Inquisição o perseguiu e prendeu em Coimbra, durante dois anos, instaurando-lhe um processo doutrinal. Conseguiu a liberdade e passou cerca de cinco anos em Roma. A partir de 1675 voltou a Portugal e começou a publicação dos Sermões. Em 1681 regressou ao Brasil, ao Colégio da Baía, onde veio a morrer com 89 anos.
A sua obra, que é o verdadeiro «título de glória», é constituída pelos Sermões.
Dela se disse que «marca talvez o ponto mais alto da prosa clássica portuguesa»; revela-se a obra mais variada e fundamente vivida que se produziu no século XVII, pelo homem que foi a mais completa expressão do seu tempo. A grandeza literária do nosso século XVII está na prosa.
A estrutura do Sermão
Exórdio – exposição do plano a desenvolver e das ideias a defender.
Invocação – pedido de auxílio divino.
Confirmação – exposição do tema, das ideias e seu desenvolvimento.
Peroração – utilização de um desfecho forte, capaz de impressionar o auditório e levá-lo a pôr em prática os seus ensinamentos.