Existe alguma validade nesta ideia. Libertos do jugo de um ser mitológico, estaríamos apesar disso subjugados à vontade de uma outra entidade inatingível, que «decidiria» o nosso destino, alheio à nossa vontade. Portanto, de novo despidos de livre-arbítrio, condenados a cumprir as vontades dessa elite sombra.
Aqui chegados, teríamos de desenvolver a contenda filosófica entre determinismo e livre-arbítrio e não é esse o propósito.
O ponto passa por reflectir se tudo o que nos acontece, de forma mais ou menos perceptível, se resume a um acaso. Se é «por acaso» que os factos, ainda que tal seja convictamente negado, acabem mais cedo ou mais tarde por «confirmar» as «teorias da conspiração» alvitradas uns anos antes. Seria talvez mais confortável que as «tolices» lançadas para a arena pública redundassem, deveras, em completos disparates.
O que se confirma, porém, é que tudo não passa de «torpe mentira» até estar suficientemente implementado para se tornar, de súbito, uma «inevitabilidade».
Um escape agressivo muitas vezes utilizado pelos cépticos (ou será crentes), é o tradicional: «Bom, então porque não fazes alguma coisa?».
O que isto de facto quer dizer é: «Estou confortável na eventual mentira».
Depois, a segunda parte da questão:
Se eu comprar um pacote de leite e ao bebê-lo, perceber que está estragado, não estou automaticamente obrigado a envolver-me no negócio de lacticínios para ganhar o direito à crítica alertada.