Ao longo dos anos que passei em Dublin, visitei por mais de uma vez o Museu dos Escritores.
Aquando da segunda visita, foquei-me sobretudo nas idiossincrasias de autores como Samuel Beckett, dono de um telefone que bloqueava as chamadas indesejadas; Bernard Shaw que confessou ter demorado décadas a tornar-se suficientemente desinteressante para ser aceite nos círculos literários; James Joyce de quem falarei no futuro; Oscar Wilde (na imagem) que «não tinha nada a declarar senão o génio»; Patrick Kavanagh que se deslocava às livrarias para acrescentar nos seus livros passagens censuradas; W.B. Yeats «tornado melhor poeta devido ao desprezo da musa», segundo a própria; Jonathan Swift, Bram Stoker e muitos outros.
A visita foi ainda mais lustrosa devido à presença do actor irlandês Neil O’Shea, que nos ofereceu um monólogo acerca de vários destes autores, conjugando excertos de obras com factos históricos e curiosidades. Pela sala bailaram fragmentos de «A Importância de se Chamar Ernesto» ou «Retrato do Artista Enquanto Jovem».
Dublin poderá não ser o berço da Literatura, mas é certamente um dos seus promontórios.