Autores Uruguaios – Mário Benedetti

d04id5k78gm1pvpj8w71_400x400Viveu entre 1920 e 2009.

Foi poeta, escritor e ensaísta. Integrante da Geração de 45, à qual pertencem também Idea Vilariño e Juan Carlos Onetti, entre outros. Considerado um dos principais autores uruguaios, iniciou a carreira literária em 1949 e ficou famoso em 1956, ao publicar Poemas de Oficina, uma das suas obras mais conhecidas. Escreveu mais de 80 livros de poesia, romance, conto e ensaio, para além de guiões para cinema.

Filho de pais com origem italiana, aos quatro anos de idade muda-se com a família para Montevideu. Inicia os estudos no Colégio Alemão, onde fica até 1933. Em seguida vai para o Liceu Miranda. Contudo, devido a problemas financeiros, acaba por continuar os estudos de forma auto-didáctica. A partir dos 14 anos trabalha numa empresa.

Em 1938 muda-se para Buenos Aires, Argentina, onde permanece até 1941.

Em 1945 passa a integrar a equipa de redacção do semanário Marcha, de Montevideu – onde permanece até 1974, ano em que o jornal é fechado pelo governo de Juan Maria Bordaberry. Em 1953, publica Quién De Nosostros. Em 1954 é nomeado director literário do semanário.

Em 1946 casara-se com Luz López Alegre. Em 1948 tinha passado a dirigir a revista  literária Marginalia e publicado o volume de ensaios Peripecias y Novela.

Em 1949 tornara-se membro do conselho de redacção da revista literária Número, uma das revistas mais destacadas na época. Participa activamente no movimento contra o Tratado Militar com os EUA, a sua primeira acção como militante. Ainda nesse ano, ganha o Prémio do Ministério de Instrução Pública com a sua primeira antologia de contos, Esta Mañana.

Em 1960 publica A Trégua. O romance é levado ao cinema pelo director Sérgio Renan. O filme foi indicado para Óscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1974, perdendo a estatueta para Amarcord, do italiano Fellini.

Em 1964 trabalha como crítico de teatro e co-director da página literária semanal Al Pie de Las Letras, do diário La Mañana. Colabora como humorista na revista Peloduro. Escreve crítica de cinema na Tribuna Popular.

Entre 1968 e 1971 foi director do Centro de Pesquisas Literárias da Casa das Américas de Havana, Cuba, do qual foi membro fundador.

Em 1971 participa activamente na vida política uruguaia, como membro do Movimiento 26 de Marzo. É nomeado director do Departamento de Literatura Hispano-Americana na Faculdade de Humanidades e Ciências da Universidade.

Após o Golpe de Estado de 27 de Junho de 1973, renuncia ao cargo na Universidade. Devido às suas posições políticas, tem de deixar o Uruguai, partindo para o exílio em Buenos Aires. Posteriormente, exila-se no Peru, onde foi detido e deportado, indo imediatamente para Cuba em 1976.

Volta ao Uruguai em 1983, iniciando o auto-denominado período de desexílio, tema de muitas obras. Em 1986 recebe o Prémio Jristo Botev da Bulgária, pela sua obra poética e ensaística.

Desde os anos 50 até hoje, a obra de Mário Benedetti foi contemplada com muitos prémios e homenagens, entre eles o título de Doutor Honoris Causa, em 1997, pela Universidade de Alicante, Espanha.

Depois do falecimento da esposa, em Abril de 2006, vítima de Alzheimer, Mário Benedetti mudou-se definitivamente para a sua residência no bairro Central de Montevideu. Em função dessa mudança, doou parte da sua biblioteca pessoal ao Centro de Estudos Ibero-americanos Mário Benedetti, da Universidade de Alicante.

Os seus livros foram traduzidos em mais de 20 idiomas e é considerado um autor de primeiro plano da literatura latino-americana contemporânea.

Em 2008, o escritor foi hospitalizado quatro vezes em Montevideu devido a diversos problemas físicos. A primeira vez foi entre Janeiro e Fevereiro de 2008, após sofrer uma enterocolite, que fez com que ficasse desidratado. Já em Março, foi internado com problemas respiratórios e por fim em Maio, por causa de um quadro clínico instável.

A última obra publicada, o poemário Testigo de Uno Mismo, foi apresentada em Agosto de 2008. Antes da última entrada no hospital, Benedetti estava a trabalhar num novo livro de poesia cujo título provisório era Biografía para Encontrarme.

Morreu aos 88 anos, no dia 17 de Maio de 2009, em Montevideu.


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Estes poemas demonstram, sobretudo, a força das mulheres e deste antídoto contra a morte que só elas possuem: o Amor. Aqui, Benedetti expõe sua concepção de vida – o amor como compensação da morte revela-se nos seus versos como a força principal que move o ser humano, como uma proclamação da existência que vai do amor erótico à esperança revolucionária passando pela gratidão do amigo.

 

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