A história é verídica.
John Kennedy Toole escreveu um romance, intitulado «Uma Conspiração de Estúpidos», nos idos de 1960. Tentou, como é óbvio, publicá-lo, mas não despertou qualquer espécie de interesse nos editores.
Talvez por isso, talvez por outras coisas, Toole deixou-se dominar por uma enorme depressão, situação que acabou por levá-lo ao suicídio em princípios de 1969. Calmamente, ligou a mangueira de jardim ao tubo de escape do seu automóvel.
Tinha apenas 31 anos.
Este podia ter sido o ponto final da história, não fosse o facto de a mãe de Toole ter encontrado uma cópia já bastante estragada do manuscrito. Decidiu mostrá-la a Walker Percy, autor e professor universitário em Nova Orleães, solicitando-lhe uma leitura.
Contrariado, Percy acedeu, ficando à medida que a leitura prosseguia, cada vez mais impressionado com o trabalho. Acabou por enviar o texto a um editor conhecido, juntamente com uma carta de recomendação.
Depois de muitas reviravoltas, o livro foi por fim publicado em 1980, onze anos depois da morte trágica do seu autor.
Mais do que isso, acabou mesmo por ganhar um Pulitzer no ano seguinte, transformando Toole no primeiro autor a receber tal distinção de forma póstuma.
Com o tempo, tornou-se num clássico e continua a ser editado nos dias de hoje.