Neorrealismo – Soeiro Pereira Gomes

2970535_kuz3gEscritor neorrealista e militante comunista, viveu entre 1909 e 1949.

A sede nacional do Partido Comunista Português em Lisboa – Edifício Soeiro Pereira Gomes – tem o seu nome, assim como a rua onde se situa.

Soeiro nasceu na Freguesia de Gestaçô, Concelho de Baião, Distrito do Porto, filho de Alexandre Pereira Gomes e de sua mulher Celestina Soeiro. A sua irmã Maria Alice Pereira Gomes casou com Adolfo Casais Monteiro, ambos também escritores.

Viveu em Espinho, dos seis aos dez anos de idade, onde recebeu a instrução primária e passou os primeiros Verões da sua vida.

Sendo filho de agricultores, decidiu estudar na Escola de Regentes Agrícolas de Coimbra, onde tirou o curso de Regente Agrícola, e quando finalizou os estudos viajou para Angola, onde trabalhou mais de um ano.

Quando regressou a Portugal, foi habitar em Alhandra, junto do sogro, como empregado administrativo na fábrica de cimentos local, onde começou a desenvolver um trabalho de dinamização cultural entre o operariado.

Foi contudo o seu trabalho como escritor que o tornou conhecido, sendo considerado um nome grande do Realismo socialista em Portugal. Aos 30 anos, em 1939, começou a publicar escritos seus no jornal «O Diabo», à época uma publicação progressista que contrastava com o panorama cinzento das publicações censuradas pelo Fascismo.

Devido à condição de militante comunista, Soeiro passa à clandestinidade em 1945 para evitar a repressão do regime de Salazar e continua a desenvolver o seu trabalho militante. Grande fumador, acaba por ser vítima de cancro pulmonar, agravado pelas dificuldades da vida clandestina. Impedido de receber o tratamento médico que necessitava, faleceu a 5 de Dezembro de 1949.

Encontra-se sepultado em Espinho.


esteiros

 

Entre os seus trabalhos conta-se a obra Esteiros, publicada em 1941 e considerada a sua obra-prima, ilustrada na sua primeira edição por Álvaro Cunhal, secretário-geral do PCP, e dedicada «aos filhos dos homens que nunca foram meninos». É uma obra de profunda denúncia da injustiça e da miséria social, que conta a história de um grupo de crianças que desde cedo abandona a escola para trabalhar numa fábrica de tijolos.

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